Você está visualizando atualmente O depois da colaboração premiada: as consequências na vida privada
Photo by JAMAL YAHYA on Pexels.com

O depois da colaboração premiada: as consequências na vida privada

Alexandrino Alencar e Adir Assad, ambos condenados no âmbito da Operação Lava Jato, foram entrevistados pelo Podcast Café da Manhã, da Folha de São Paulo. Os dois firmaram acordos de colaboração premiada com o Ministério Público Federal, cumpriram pena privativa de liberdade e hoje se encontram soltos, utilizando tornozeleira eletrônica.

No bate papo eles trouxeram uma perspectiva muito interessante sobre os desdobramentos da Lava Jato, os detalhes das prisões e, em especial, a repercussão disso tudo em suas vidas, antes, durante e depois. Vale muito ouvir, principalmente para desmistificar um pouco a ideia de que firmar um acordo de colaboração premiada está automaticamente associado à impunidade e benesses. E também para refletir sobre o fato de que ambos não se consideram privilegiados, nem na forma como foram tratados pelo “sistema” e muito menos em suas vidas pessoais.

Os entrevistados dizem que não se viam como pessoas do “mal”, pois as suas circunstâncias profissionais que os “levaram” à prática delituosa, e que, portanto, eram bem diferentes dos “criminosos tradicionais”. Um deles relata que, por ficar fechado em sua cela durante 22h seguidas até o banho de sol, brincava com os agentes que era a mesma coisa que pegar um avião até o Japão, que dura 22h de voo.

Os relatos são interessantes para demonstrar que a colaboração premiada não é uma saída sem qualquer consequência, pelo contrário. O colaborador recebe benefícios, mas isso não significa que não responda pelos atos que cometeu.

Episódio disponível aqui: https://open.spotify.com/episode/5ovC2vwFPGuWPPoSEcsSyF?si=YVuV2oZQQ4uJ6qe5cz458Q

Deixe um comentário