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A importância do voto nas eleições municipais

Domingo, 15 de novembro, se aproxima. Num ano absolutamente caótico, em especial em termos políticos, mais do que nunca o nosso voto é fundamental.

Esse ano debatemos, como sociedade, uma série de pautas importantíssimas, como aumento dos casos de violência doméstica, altas taxas de desemprego, funcionamento do SUS, qualidade dos serviços de saúde pública brasileiros, racismo, violência policial, alterações em matérias legislativas, em especial penais e processuais penais, cultura do estupro, aborto, doação de sangue pela população homossexual, censura de livros, corrupção, impeachment de governadores e prefeitos, funcionamento do STF, interferência política no Judiciário, desmonte da política de proteção ambiental, relações diplomáticas, (in)segurança de dados digitais, isso só para mencionar algumas pautas. 

Percebemos que as pautas são as mais diversas, mas todas possuem um ponto em comum: afetam o dia a dia da população brasileira e podem ser debatidas, alteradas e transformadas por aqueles e aquelas que ocupam posições de poder no nosso país.

Para lidar com pautas tão distintas, precisamos de pessoas que detenham conhecimento sério e qualificado sobre os temas em questão, e que venham das mais diversas origens. Vivemos num país de dimensões e diferenças culturais enormes, e isso precisa se refletir em quem é eleito para mandatos políticos.

Se queremos mudanças no Brasil, precisamos que elas comecem na diversidade dos nossos representantes. Todos os brasileiros precisam se sentir representados, o que não é o que acontece atualmente.

Esse ano escrevi um texto fazendo uma reflexão a respeito da participação de mulheres na política.

No dia em que a coluna entrou na ar, fiz uma enquete com algumas perguntas sobre o tema no meu Instagram, e as respostas foram surpreendentes. Vou compartilhar os resultados a seguir, e quem se interessar em vê-los na íntegra e saber mais sobre o assunto, é só acessar os destaques “Política” do meu perfil do Instagram, @luisawalterdarosa

  1. Perguntei se as pessoas já tinham parado para pensar por que temos tão poucas mulheres na política brasileira. 95% respondeu que sim
  2. Perguntei se as pessoas tinham votado em alguma mulher nas últimas eleições. 68% respondeu que sim.
  3. Caso essa mulher tenha sido eleita, perguntei se as pessoas acompanhavam o trabalho dela até hoje. 54% respondeu que não.
  4. Perguntei se já tinham ouvido falar no termo “violência política de gênero”, e 51% respondeu que não.
  5. Perguntei se sabiam que existe uma discussão nacional sobre a importância de mais mulheres na política, e 77% disse que sim.
  6. Perguntei se as pessoas sabiam que a bancada feminina da Câmara dos Deputados lançou, em 2020, o “Guia Acessível para a Candidatura de Mulheres”, e 91% respondeu que não.
  7. Por fim, perguntei às mulheres se elas já tinham pensado em se candidatar para algum mandato eletivo, e 83% respondeu que não.

Achei os resultados da interação muito significativos. Nós somos parte do problema de não termos uma política essencialmente representativa no Brasil por não refletirmos de fato sobre essa temática, não votarmos diferente e, nós mulheres, sequer pensarmos na possibilidade de que podemos, se quisermos, seguir carreira política.

Eleições precisam ser levadas a sério. Quantas vezes nos perguntamos o que podemos fazer para contribuir na construção de um Brasil mais justo, igualitário e seguro? O “cada um pode fazer a sua parte” começa no voto consciente.

E não é só as eleições para o Governo Federal que importam. A escolha de vereadores, deputados estaduais e federais, que compõem o Poder Legislativo e de fato propõem, debatem e aprovam propostas legislativas possuem um poder enorme de mudar o nosso país. 

Porém temos que alinhar as nossas expectativas e encarar a realidade: se eu quero um Brasil antirracista, antipreconceituoso, que lute pela equidade de gênero, que tenha políticas públicas eficazes de proteção aos direitos das mulheres, eu preciso votar em candidatos(as) que defendam essas pautas com seriedade e representem o que eu penso. Não posso ficar esperando um milagre, da noite para o dia, que aqueles mesmos políticos de sempre vão fazer alguma coisa diferente desta vez.

Já encerrando, meu apelo hoje é único. Vote consciente neste domingo. Se você defende representatividade, vote de forma representativa. Conheças as propostas de seus/suas candidatos/as. Encare as eleições municipais com a seriedade que elas merecem. 

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